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Roteiro: 3 dias para conhecer as 3 casas de Pablo Neruda no Chile

Fizemos esse roteiro em 2017. E conhecer as amalucadas casas do poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973) com uma criança é uma experiência ainda mais legal: as interrogações transcendem os poemas, o que é curioso se torna mágico, a arquitetura extravagante fica parecendo um cenário de desenho animado.

Aqui, fica a sugestão de três dias para conhecer as três casas – e, claro, um pouco de cada uma das cidades onde elas estão. Entretanto, se você tiver mais tempo (nós tivemos sete dias), vale aproveitar mais Valparaíso e Santiago, tentar conhecer alguma vinícola por perto ou até mesmo incluir outras paradas no roteiro.

As três residências do poeta foram convertidas em museus e são administradas pela Fundação Pablo Neruda. Abrem aos visitantes de terça a domingo. Os ingressos custam 7 mil pesos, cada, por pessoa – e a entrada inclui audioguia, disponível também em português. Não dá para comprar tíquetes antecipadamente, mas não pegamos fila em nenhuma delas.

1.     La Sebastiana, em Valparaíso

Neruda andava cansado da vida em Santiago, nos anos 1950, e buscava uma casinha “para viver e escrever tranquilo”. Em 1959, comprou uma obra inacabada do arquiteto espanhol Sebastián Collado em Valparaíso, batizou-a de La Sebastiana em homenagem a ele, concluiu a obra e inaugurou a residência dois anos mais tarde – com uma baita festa.

Dali, as imensas janelas escancaram uma das vistas mais privilegiadas da cidade e da orla do Pacífico. Quem visita a casa pode se divertir com trambolhos de todos os tipos, resultado das coleções do poeta – de mapas antigos a caixas de música.

2.   Isla Negra

Em 1937, Neruda encontrou ali uma pequena cabana de pedra, onde vivia um marinheiro espanhol. O poeta procurava um local tranquilo para se dedicar à obra ‘Canto Geral’. Comprou a rústica casa e, em 1943, contratou o arquiteto Germán Rodriguez Arias para realizar a primeira de muitas ampliações que terminariam deixando a casa de Isla Negra como a mais lúdica de suas residências.

Cacarecos de suas coleções espalham-se pelos cômodos. Mascarones, chapéus, conchas, garrafas coloridas – no total, são 3,5 mil itens expostos.

No quintal desta casa, respeitando a vontade de Neruda, o poeta e a mulher foram sepultados. Os túmulos podem ser visitados.

3. La Chascona, em Santiago

A casa começou a ser construída em 1953, obra do mesmo arquiteto Arias da residência de Isla Negra. O nome La Chascona, algo como “a descabelada”, foi uma homenagem do poeta à sua terceira e derradeira mulher, Matilde Urrutia (1912-1985). Até 1955, o romance de ambos era clandestino – Neruda ainda era casado com a segunda mulher.

A casa tem uma importância política na resistência ao governo ditatorial de Augusto Pinochet. Por conta do posicionamento de Neruda, o local foi vandalizado por apoiadores do regime em 1973, após a morte do poeta.

E uma curiosidade:

O livro ‘O Carteiro e O Poeta’, obra de ficção do chilenoAntonio Skármeta, narra a amizade entre Neruda e o carteiro Mario Jiménez, emIsla Negra. Quando a trama foi adaptada para os cinemas, entretanto, a versãodirigida por Michael Radford acabou ambientada na Itália.

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