Uma mesa para dois e meio

Gastronomia e turismo são dois prazeres intimamente ligados. Muitas das melhores memórias de viagens são traduzidas por aromas e sabores. Daí que uma das nossas grandes preocupações quando passamos a incorporar um terceiro elemento em nossas aventuras era justamente isto: seria possível continuar aproveitando os restaurantes bacanas de cada destino? Os estrelados iriam aceitar criança?

Vem dando certo, geralmente. Desde que o Chico nasceu, já passamos por 19 países diferentes e só dois pedidos de reserva foram negados por conta da existência do nosso mascote – um no Uruguai, outro na Argentina.

A seguir, quatro experiências muito legais de situações em que pedimos uma mesa para dois e meio:

 

  1. Noma

Nem bem havíamos comprado as passagens para os países nórdicos, no início de 2015, começamos a sonhar com um almoço no badalado Noma, o restaurante do inventivo chef René Redzepi. Localizada em Copenhague, a casa já foi considerada quatro vezes a melhor do mundo, com seu cardápio repleto de estranhices – de musgos fritos a formigas.

Mandamos um e-mail perguntando se um molequinho então com menos de dois anos seria bem-vindo. Responderam gentilmente. “Se ele se entediar, vocês podem dar uma volta no quarteirão e retornar que prosseguiremos o menu do mesmo ponto”, disseram, tranquilizando-nos. (Importante frisar que a experiência gastronômica do Noma costuma levar quatro horas!) Eles alertaram, entretanto, que mesmo que um bebê não pagasse, era preciso reservar uma mesa para três lugares.

No mesmo dia em que as disponibilidades de reserva foram abertas para o mês em que estaríamos lá, entramos no site e não havia mais nenhuma mesa – para duas pessoas. Colocamos três e pimba: por causa do Chico, conseguimos almoçar no Noma.

 

  1. Matetic

No ano passado, hospedamo-nos por uma noite no hotel da vinícola Matetic, na região de Casablanca, no Chile. Na mesma propriedade, há um restaurante muito bacana – aberto tanto para hóspedes quanto para não hóspedes.

Ali, não só crianças são bem-vindas, como recebidas com uma bonita caixa de lápis de cor – em um estojinho de madeira personalizado. Chico tem o dele até hoje.

 

  1. Vinícolas sul-africanas

Em julho de 2017, fizemos um tour pelo sul da África – África do Sul, Namíbia, Zimbábue e Zâmbia. O périplo começou na Cidade do Cabo, que, além de belíssima, ainda funciona como um ponto de partida para diversos passeios nas proximidades. Passeios estes que incluem muitas boas vinícolas.

Pois bem, nossos dois primeiros dias foram dedicados a degustações em diversas dessas vinícolas de cidades vizinhas – como a Neethlingshof Wine Estate, a The House of JC Le Roux e a Die Bergkelder: The Home of Fleur Du Cap Wines, em Stellenbosch; a Nederburg Wine Farm, em Paarl; e a Durbanville Hills Winery, em Durbanville.

Chico foi bem-vindo em todas. Em algumas, com direito a mimos. Geralmente ele ganhava um livrinho de colorir e ficava entretido com isto. A mais legal foi a Neethlingshof. Enquanto fazíamos a tradicional harmonização de vinhos com comidinhas, Chico também recebeu a sua cartela – e pôde combinar, com chocolate e pãezinhos, dois tipos de suco e milk-shake.

 

  1. White Rabbit

Naquela que se tornou nossa experiência gastronômica internacional favorita, Chico ganhou um divertido livrinho de colorir e até tirou um cochilo no assento – que parece um sofá – enquanto degustávamos uma sequência incrível de pratos criados pelo vanguardista Vladimir Mukhin. Sim, estamos falando do famoso White Rabbit, em Moscou.

O tal livro estava à venda logo na entrada do restaurante. Trazia a ilustração do coelho – os ambientes da casa, como o nome sugere, são uma releitura de ‘Alice no País das Maravilhas’. Quando nos sentamos à mesa descobrimos que, para comensais com criança, um exemplar do mesmo era cortesia. Chico rabiscou, rabiscou e ainda levou para casa o presente.

 

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